Procedimentos Cirúrgicos

Prevenir, restaurar e manter a saúde da pele, cabelo e unhas.

A orelha de abano é uma má-formação frequente nas orelhas, que atinge de 2% a 5% da população mundial. Pode ser manifestar em diferentes graus, do mais leve ao mais grave. Embora não comprometa a saúde, pode provocar problemas de imagem e autoestima, especialmente entre crianças e adolescentes.

O tratamento da orelha de abano é cirúrgico. Faz-se uma incisão na prega posterior da orelha e uma aproximação do pavilhão auricular ao crânio, remodelando o relevo. A cicatriz é invisível.

O procedimento é simples, seguro, dura aproximadamente 90 minutos e pode ser realizado no consultório com anestesia local ou geral (no caso de crianças). Ao final da cirurgia é realizado um curativo que mantém a nova posição obtida. O curativo permanece por 24 horas e é então substituído por uma faixa, que deve ser mantida por dois meses. A retirada dos pontos ocorre 15 dias após a realização do procedimento.

A recuperação é pouco dolorosa e os resultados são imediatos. Sua realização é indicada somente para pacientes maiores de 7 anos, pois a partir dessa idade as orelhas estão quase completamente desenvolvidas.

A pele das pálpebras tende a ficar mais flácida com o envelhecimento, assim como a musculatura de sustentação dos olhos. Algumas pessoas têm maior tendência a formar bolsas de gordura sob a pálpebra. Isso se agrava com a perda do tônus muscular que mantém as bolsas. Com o tempo, a musculatura flácida, associada ao excesso de pele, faz com que as pálpebras fiquem pesadas e caídas. Esse processo pode ser acelerado pela perda súbita de peso, processos alérgicos, alterações oftalmológicas e até problemas tireoidianos.

A cirurgia de pálpebras, ou blefaroplastia, é um procedimento para remover esse excesso de pele e bolsas de gordura que se acumulam sobre as pálpebras superiores e/ou inferiores, proporcionando ao rosto um aspecto rejuvenescido.

Na blefaroplastia superior, remove-se, do centro de cada pálpebra superior, uma dobra horizontal de pele, de modo a que a cicatriz se localize ao longo de uma prega natural, ficando escondida quando a pálpebra está aberta. Na blefaroplastia inferior, a incisão é feita logo abaixo dos cílios, de modo a que a cicatriz fique na zona de sombra das mesmas e se prolongue de modo a não ficar visível.

A cirurgia é realizada normalmente com anestesia local em regime de cirurgia de ambulatório e demora de uma hora e meia a duas horas. O paciente pode realizar o procedimento com sedação se assim o desejar. Neste caso, o paciente dorme, mas não é necessário tomar anestesia geral, diminuindo muito o risco de complicações.

Após a cirurgia, o paciente pode sentir ardor nas pálpebras, mas não é comum  que a dor seja intensa. É usual o aparecimento de algumas equimoses (manchas roxas e inchaço) ao redor dos olhos. Para isso podem ser utilizadas compressas de soro fisiológico gelado logo após a realização do procedimento.

Os pontos de sutura são removidos de três a cinco dias após a cirurgia. A recuperação ocorre em uma semana e as marcas desaparecem de duas a três semanas depois. Os resultados se manifestam gradualmente, conforme os hematomas e o inchaço diminuírem.

Durante o pós-operatório, é importante evitar o movimento, as escoriações e o uso excessivo de força na região tratada. Na maioria dos casos, as cicatrizes tornam-se imperceptíveis de seis a doze meses após o procedimento. Nas pessoas com propensão para a formação de queloides, as cicatrizes podem se manter, e por isso é necessário debater esse risco na consulta pré-operatória.

Homens e mulheres podem se submeter à blefaroplastia, que pode corrigir algumas condições permanentes, mas não interrompe o processo natural de envelhecimento da pele, sendo necessário manter os cuidados regulares com fotoproteção e outras medidas. Antes do procedimento, é importante informar ao medico sobre problemas oculares, como glaucoma, olho seco etc. Também é preciso informar doenças cardiovasculares, problemas circulatórios, pressão alta ou diabetes.

No início de um quadro de unha encravada, pode-se tentar o tratamento clínico, com higienização frequente da unha e elevação da ponta que está penetrando o tecido por meio da colocação de um pedaço de algodão ou de um fragmento de plástico, como uma haste flexível cortada ao meio. O paciente nunca deve tentar cortar a unha, pois provocará uma piora do quadro. Nos casos que não responderem, é necessário a realização de um tratamento cirúrgico, com a retirada parcial da unha doente, visando desobstruir sua passagem e permitir que ela cresça normalmente.

A cirurgia é feita com anestesia local e, na maioria das vezes, não é necessário remover toda a unha. Pode ser empregada também a técnica de fenolização de matriz ungueal. Nela, ao invés de cortar a unha, o dermatologista aplica um ácido que destrói a parte encravada e o local cicatriza mais rapidamente, sem necessidade de cortes e pontos.

Recidivas não são comuns, mas podem ocorrer. Nos pacientes com tendência a ter unhas em telha (arredondada), é possível fazer abrasão (desbaste) da unha acometida.

O cisto epidérmico, também conhecido como cisto sebáceo, é um nódulo semelhante a um caroço, da mesma cor da pele, esbranquiçado, ou amarelado, que tem tamanho variável e pode ser único ou múltiplo, com consistência dura, elástica, com flutuação ou pus quando inflamado. Os cistos epidérmicos ocorrem em pacientes de qualquer idade, são benignos e mais comuns na face, pescoço e tronco, embora possam acometer qualquer região do corpo. Ocasionalmente, provocam dor e têm coloração avermelhada.

Não é recomendável espremer um cisto sebáceo, pois pode causar inflamação e agravar o problema. Para remover os cistos com mais de um centímetro, o ideal é a cirurgia. O procedimento é realizado em consultório médico sob anestesia local. Após a cirurgia, o médico faz um curativo, que deve ser mantido por alguns dias. Cistos com menos de um centímetro podem ser tratados sem cirurgia, porém o acompanhamento médico é fundamental.

O alargamento do orifício dos lóbulos das orelhas por uso de brincos pesados ou por trauma por tração pode provocar a ruptura completa do lóbulo da orelha. O problema pode ser corrigido por um procedimento cirúrgico relativamente simples, realizado em consultório com anestesia local, sem necessidade de sedação, no qual o médico reaviva e sutura as bordas da orelha, cobrindo os pontos com um pequeno curativo.

Inicialmente, o procedimento gera uma cicatriz avermelhada, que com o tempo evolui para a cor normal das orelhas. No entanto, podem ocorrer queloides ou cicatrizes hipertróficas, que serão tratados pelo médico. A recuperação é rápida e não interfere na rotina do paciente, que deve aguardar pelo menos seis meses para furar novamente a orelha e voltar a usar brincos.

O termo criocirurgia designa o uso do frio e a diminuição de temperatura de uma determinada região do corpo para tratar uma doença ou sintoma. Também conhecida como “terapia pelo frio”, a criocirurgia abrange um conjunto de técnicas utilizado por várias especialidades médicas, para diminuir inchaços, tratar edemas, aliviar dores e inflamações, dentre outras finalidades. O processo de “esfriamento” do tecido a ser tratado pode ser feito de diferentes maneiras: imersão em água gelada, bolsa de gelo ou bandagens.

Na Dermatologia, a criocirurgia cutânea emprega o nitrogênio líquido. O nitrogênio líquido a -196°C provoca o congelamento das lesões cutâneas e reduz sua temperatura para muito abaixo de zero, levando à destruição do tecido doente. Em geral, a aplicação é feita de duas formas: por meio de um spray que borrifa um jato de nitrogênio líquido diretamente na lesão ou por meio do congelamento de ponteiras encostadas no local a ser tratado.

A criocirurgia é uma opção terapêutica adequada para tratar tumores cutâneos benignos, pré-malignos ou malignos, lesões cutâneas pequenas, médias ou grandes, manchas na pele, remoção de verrugas, molusco contagioso, queratose seborreica, hemangioma, queratose actínica, doença de Bowen (placa avermelhada escamosa ou crostosa, não elevada e progressiva) e carcinoma basocelular.

É ainda uma alternativa para quem não pode fazer um tratamento com o uso do bisturi elétrico, bem como para idosos ou pessoas com pânico de submeter-se a cirurgias.  Também é uma opção aos tratamentos que utilizam cáusticos, curetagem, eletrocoagulação e cirurgia.

Enxertos e retalhos são procedimentos que transferem tecidos bons para áreas que perderam a pele. São bastante utilizados no fechamento de cirurgias de câncer de pele ou em queimaduras.

“Retalho” é o segmento da pele e subcutâneo com suprimento vascular próprio, que será movido de uma área (doadora) para outra (receptora), com a finalidade de preencher uma ferida cirúrgica. Existe uma comunicação do retalho com a área doadora por meio de um pedículo, o que garantirá sua sobrevivência.

Quando se cria uma ferida cirúrgica pela retirada de um tumor cutâneo, o primeiro passo é tentar fechá-la com aproximação e fechamento primário das bordas. Se o defeito criado pela ferida cirúrgica for muito grande, não se consegue aproximar as bordas e há necessidade de fazer um retalho ou enxerto de pele. A reconstrução pode ser realizada durante a própria cirurgia ou deixada para um segundo momento, se as condições clínicas do paciente não forem favoráveis.

Admite-se, em média, até sete dias para a realização de um retalho. Entretanto, o leito receptor deverá ser preparado, reavivando-se as bordas da ferida e diminuindo-se o tecido de granulação.

Algumas condições são necessárias para realização de um retalho. O tipo de pele e a região doadora devem dispor de sobras e mobilidade, para que o retalho atinja a área receptora sem tração ou sofrimento vascular no seu pedículo. Além disso, a nova área ulcerada criada pela doação de pele (defeito secundário) deverá permitir um fechamento primário sem dificuldades.

Já um enxerto é um pedaço de pele retirada de uma área corpórea – a área doadora –e transferida para outra área, a receptora, sem nenhum pedículo de comunicação entre elas. Só mais tardiamente desenvolve vascularização própria, restabelecendo, assim, um novo suprimento sanguíneo.

Os enxertos podem ser classificados da seguinte forma:

  • Enxerto de pele total: caracteriza-se pela presença da epiderme e a total espessura da derme.
  • Enxerto de pele parcial: caracteriza-se pela preservação da derme na área doadora, possibilitando assim a reepitelização da mesma, por meio das células epiteliais procedentes dos sistemas pilossebáceos e das glândulas sudoríparas remanescente na área doadora.
  • Enxertos compostos: consistem em uma porção intacta contendo toda epiderme e a derme, com um componente adicional de gordura ou cartilagem. Ex: enxerto condrocutâneo (pele conectada a uma das faces da cartilagem), enxerto condrobicutâneo (pele conectada a ambas a face da cartilagem), enxerto dermogorduroso (derme com tecido gorduroso).
  • Autoenxerto: quando o doador e o receptor são o mesmo indivíduo.
  • Homoenxerto ou aloenxerto: quando o doador e o receptor são indivíduos diferentes, porém da mesma espécie. Ex: curativo biológico (utilizado de forma temporária).
  • Isoenxerto: quando o doador e o receptor são indivíduos diferentes, porém, geneticamente idênticos. Ex: gêmeos univitelinos.
  • Xenoenxerto: quando o doador e o receptor são indivíduos de espécies diferentes. Ex: curativo biológico (pele de porco utilizada em seres humanos).

O granuloma piogênico (hemangioma lobular capilar), mais conhecido como “carne esponjosa”, é uma lesão nodular de coloração avermelhada ou arroxeada, normalmente úmida e de consistência mole, que pode sangrar espontaneamente ou em função de um trauma.

Ocorre com mais frequência nos dedos, mas pode surgir também em outras regiões. É mais comum em crianças e adultos jovens, e também nas mulheres, podendo inclusive ser provocado ou agravado pela gravidez.

O tratamento depende do tamanho da lesão. As menores podem ser tratadas por cauterização química, processo no qual se aplica uma substância cáustica sobre a lesão, para destruí-la. Para as lesões maiores, a melhor alternativa é a eletrocoagulação, processo que carboniza a lesão com o auxílio de um aparelho específico. Ambos os procedimentos podem ser realizados em consultório. A cauterização não precisa de anestesia, já a eletrocoagulação requer anestesia local.

A hidradenite é uma doença inflamatória crônica, decorrente da obstrução do folículo piloso, que leva à formação de nódulos subcutâneos inflamados e dolorosos, frequentemente confundidos com “espinhas internas” ou furúnculos. Pode haver uma ou mais lesões, em mais de um local, simultaneamente.

Mais comum entre as mulheres, adolescentes e adultos jovens, a hidradenite acomete principalmente as axilas e da virilha, mas pode manifestar-se também na região inferior das mamas e dos glúteos, na parte interna das coxas e ao redor do saco escrotal e do ânus.

Como a hidradenite está associada à obstrução do folículo piloso, para prevenir deve-se evitar uso de desodorantes antitranspirantes, depilação e raspagem excessiva dos pelos com lâmina.

Normalmente, o tratamento é feito com antibióticos locais e sistêmicos. Lesões maiores e dolorosas podem ser drenadas pelo médico, o que diminui a dor. Nos casos em que o problema é recorrente ou intenso, pode-se optar pelo tratamento cirúrgico, com a remoção da pele da área atingida, um procedimento ambulatorial e realizado com anestesia local. Casos crônicos mais extensos podem requerer cirurgias maiores em centro cirúrgico.

Desenvolvida pelo cirurgião dermatológico Jeffrey Klein nos anos 1980, a lipoaspiração tumescente mudou a remoção cirúrgica de gordura corporal localizada. Neste método, uma solução anestésica à base de lidocaína e outros produtos é diluída em soro fisiológico e infiltrada em grande quantidade na camada gordurosa da pele. Isso provoca um intumescimento local, contraindo vasos sanguíneos e diminuindo sangramentos e hematomas. Além do uso da anestesia local e do menor sangramento, a técnica se notabiliza pelo baixo índice de complicações graves.

A lipoaspiração tumescente deve ser realizada por um profissional capacitado, em ambiente cirúrgico. Quando as condições do paciente forem boas, pode ser uma sala cirúrgica não hospitalar. O procedimento envolve injeção de grandes volumes de uma solução diretamente dentro das áreas de depósito excessivo de gordura. Depois que uma pequena incisão é feita na pele, microcânulas são inseridas dentro da camada de gordura. Elas podem ser conectadas ou não a uma máquina de vácuo e com movimentos de vaivém, a gordura é sugada através do tubo para um sistema de coleção estéril, ou no caso da lipoaspiração manual, para a seringa. Uma cinta de compressão elástica é usada para ajudar na contração da pele e na recuperação. O resultado é uma “escultura” que transforma áreas salientes em contornos mais atraentes.

A lipoaspiração tumescente tem como benefício diminuir as irregularidades da pele, provocar menor sangramento, menor contusão e permitir recuperação mais rápida. É mais efetiva para remover depósitos de gordura localizada que não respondem aos exercícios ou dieta, e não tem o objetivo de ser um substituto para a perda de peso, mas sim um procedimento para a definição de contornos.

Por utilizar anestesia local, a lipoaspiração tumescente permite remover no máximo dois litros de gordura por sessão, sendo uma opção indicada para pacientes que apresentam gordura localizada, mas não são obesos.

Antes de se submeter à lipoaspiração tumescente, o paciente deve fazer uma avaliação completa de risco cirúrgico. É necessário tirar as medidas das áreas a serem tratadas e discutir com o médico as expectativas quanto ao procedimento, que precisam ser realistas.

O procedimento dura cerca de duas horas e meia, e os cuidados pós-operatórios exigem atenção. A duração do repouso e o período para retorno às atividades cotidianas variam de paciente para paciente, e pode ser necessário o uso de analgésicos. O paciente deve usar malha contensora (cinta) durante um mês após a cirurgia – o médico indicará o modelo mais indicado. Deve evitar esforços físicos elevados por pelo menos 15 dias, e evitar a exposição ao sol por aproximadamente dois meses.

A lipoenxertia é uma técnica capaz de restaurar o volume de gordura subcutânea por meio do preenchimento com a própria gordura do paciente. É adequada para recuperar contornos e proporções da face ou do corpo, por motivos estéticos e não-estéticos. Pode promover a reposição de estruturas atrofiadas ou ausentes ou o aumento dos elementos em determinados pontos.

Utilizada para tratamento (e prevenção) do envelhecimento cutâneo, de deformidades congênitas e sequelas de doenças como esclerodermia, lúpus eritematoso, paralisia focal unilateral, a lipoenxertia também pode ser empregada para aumento dos glúteos, aumento de volume da face e correção de irregularidades ou depressões, dentre outas finalidades.

A duração do procedimento varia conforme a área tratada e o mesmo deve ser executado por um profissional capacitado, com anestesia local, geral ou peridural, em ambiente cirúrgico. As áreas doadoras de gordura são as regiões interna e externa das coxas, a região interna do joelho, os flancos, as nádegas e o abdome.

Inicialmente, faz-se uma infiltração da solução de Klein (à base de soro fisiológico e lidocaína), para minimizar o sangramento. Cânulas de lipoaspiração são inseridas sob a pele, aspirando a gordura na região doadora. Em seguida, a gordura removida é enxertada por meio de finas agulhas na área tratada.

Como processa gordura do próprio corpo (autóloga), a lipoenxertia diminui a chance de rejeição do material enxertado. Antibióticos e analgésicos podem ser administrados, para evitar infecções e dores. No pós-operatório, o paciente deve evitar o sol por dois meses e o esforço físico por 15 dias. Exercícios estão liberados após dois meses. Em geral, os resultados são visíveis uma semana após a cirurgia, quando o inchaço já diminuiu ou desapareceu. A lipoenxertia não é indicada para pacientes diabéticos, com doenças de colágeno, problemas renais ou hepáticos, imunossuprimidos ou que façam uso de anticoagulantes.

Os lipomas são tumores benignos, constituídos por células de gordura, que formam uma protuberância arredondada por debaixo da pele. Sua consistência pode ser dura, elástica ou macia, e o tamanho pode variar de meio centímetro a 10 centímetros de diâmetro, embora o mais comum sejam lesões com um a três centímetros. Podem ser únicos, mas em geral, são múltiplos. As lesões crescem lentamente com o passar do tempo e raramente provocam dor.

São frequentes em regiões ricas em gorduras, como barriga, nádegas e mama, mas surgem também no ombro, pescoço, tronco, braços e outras regiões. Em geral manifestam-se no tecido subcutâneo; pode haver lipomas mais profundos, porém são raros. Podem acometer homens e mulheres, mas são mais comuns no sexo feminino e entre maiores de 40 anos.

Os lipomas podem desaparecer espontaneamente, mas alguns casos demandam tratamento cirúrgico, especialmente quando a lesão é persistente, dolorosa ou se manifesta em uma região exposta do corpo. A cirurgia para remoção do tumor é simples, realizada no consultório do dermatologista com anestesia local.

Quando o paciente com alopecia não responde ao tratamento clínico, o transplante capilar surge como uma opção. Esta modalidade cirúrgica avançou consideravelmente nos últimos anos. Consiste na retirada de unidades foliculares- UFs (estrutura que contém de 1 a 4 fios, a raiz ou folículo piloso, glândulas sebáceas e músculo pilo eretor) de uma área não acometida pela calvície, normalmente a região occipital (nuca), e a colocação das unidades na área acometida pela alopecia.

São elegíveis para o procedimento pacientes de ambos os sexos e que contem com uma boa área doadora. Uma boa área doadora é fundamental para que se obtenha uma quantidade de UFs suficientes um bom resultado cosmético.

As principais indicações do Transplante de Cabelos são:

  • Alopecia Androgenética (calvície).
  • Correção de cicatrizes em couro cabeludo, sobrancelhas e barba pós acidentes, queimaduras, cirurgias ou doenças dermatológicas inflamatórias ou infecciosas que atinjam essas regiões.
  • Melhora da densidade em sobrancelhas, cílios e barba.

Vale lembrar que, conforme o tamanho da área acometida pela alopecia, pode ser necessário mais de uma sessão. Conforme o caso, em pacientes do sexo masculino, podem serem utilizadas como áreas doadoras a região de barba e também pelos corporais, para aumentar a quantidade de UFs colocadas e, consequentemente, obter uma cobertura maior da área acometida.

O procedimento deve ser realizado por um médico especializado (cirurgião dermatológico ou cirurgião plástico), em centro cirúrgico hospitalar ou ambulatorial (que preencham os requisitos da Vigilância Sanitária). Pode ser realizado com anestesia local pura ou associado com sedação oral ou intravenosa. Inicialmente, faz-se o planejamento cirúrgico, momento em que será definida a técnica a ser utilizada – FUT ou FUE.

A FUT (Folicular Unit Transplant) e a FUE (Follicular Unit Excision) são as técnicas mais empregadas atualmente. FUT é a técnica mais convencional, na qual as unidades foliculares são obtidas a partir da retirada de uma faixa de couro cabeludo da região posterior da cabeça. A faixa será dissecada e cortada em unidades foliculares, utilizando microscópios específicos para esta finalidade, com equipe altamente treinada o procedimento.

Já a FUE consiste na retirada individual das unidades foliculares da área doadora por meio de punches que têm, geralmente de 0,75 a 1,0 mm de diâmetro. Assim, evita-se a presença de cicatriz linear. Como as cicatrizes tendem a ser diminutas e muitas vezes invisíveis, a FUE possibilita ao paciente usar o cabelo curto ou até mesmo raspado.

Ao contrário do que ocorria no passado, as modernas técnicas conferem um aspecto bastante natural ao paciente. O profissional escolhe cuidadosamente as áreas onde as UFs serão enxertadas e se preocupa com o posicionamento e o sentido em que as UFs serão colocadas, sempre buscando a melhor cobertura cosmética, com o máximo de naturalidade. Como as UFs são implantadas por inteiro, com músculos e glândulas, os cabelos voltam a crescer normalmente no local tratado, sendo que os resultados começam a serem percebidos a partir do terceiro ou quarto mês de pós-operatório. O resultado final será visto aproximadamente um ano após o procedimento.

Como em todos os tratamentos dermato-cirúrgicos, é importante optar por um profissional devidamente qualificado e avaliar bem a opção pelo procedimento, pois um transplante mal indicado ou mal feito pode trazer resultados decepcionantes.

Cabe destacar que atualmente são oferecidos, pelas redes sociais, tratamentos cirúrgicos muitas vezes realizados por clínicas e profissionais não especializados. Há também clínicas no exterior que oferecem como “atrativos” valores baixos, incompatíveis com um tratamento cirúrgico especializado e de qualidade.

Dessa forma fica a orientação de os pacientes atentarem para essa questão, e sempre buscarem profissionais especializados, os quais irão indicar o melhor tratamento para cada caso.

O transplante de sobrancelha é um procedimento indicado para os casos de perda da mesma, o que normalmente está ligado a fatores como depilação contínua com pinças, tricotilomania (costume involuntário de arrancar os fios), cicatrizes, queimaduras, acidentes e outros tipos de trauma no local.

Na reconstrução de sobrancelha, a técnica mais indicada é a FUE (Follicular Unit Extraction) que remove unidades foliculares pré-selecionadas contendo apenas um fio de cabelo. Essa técnica tem a vantagem de não deixar cicatrizes no local, quando comparada à técnica tradicional FUT (Follicular Unit Transplantation), em que as unidades foliculares de um fio são obtidas pela remoção de um segmento do couro cabeludo, com cerca de 8 cm na região da nuca, o que deixa uma cicatriz linear no local.

Para que se alcance um resultado harmônico, o transplante de sobrancelhas utiliza material colhido de áreas em que o cabelo não apresenta calvície e em unidades foliculares de um fio cada. Normalmente, a área escolhida é logo acima da nuca, onde os fios são mais finos.

Como as unidades foliculares são retiradas do couro cabeludo, existe a possibilidade de um crescimento desigual em relação aos existentes na sobrancelha, havendo necessidade de os fios transplantados serem aparados de tempos em tempos.

O procedimento é realizado com anestesia local e dura aproximadamente duas horas. Ao final da cirurgia, o paciente pode retornar para casa. É preciso evitar o sol por no mínimo dois meses e exercícios físicos por ao menos 15 dias após a cirurgia. O procedimento provoca inchaço na pálpebra e ao redor dos olhos, que pode ser atenuado com compressas frias e, normalmente, desaparece cinco dias após o procedimento.

O resultado definitivo pode ser observado quando os fios começam a nascer, o que leva cerca de 90 dias. No entanto, para os casos em que se deseja ainda mais densidade, outras sessões poderão ser programadas.

A hiperhidrose se caracteriza por uma produção excessiva de suor. Pode ser localizada em pequenas áreas, tais como palmas das mãos, planta dos pés e axilas, ou generalizada em diversas áreas corporais.

A maioria dos pacientes obtém sucesso no tratamento com soluções tópicas. Os demais casos podem contar com as seguintes opções:

  • Iontoforese: terapia que usa um aparelho elétrico para neutralizar as glândulas sudoríparas por meio de correntes iônicas. O paciente deve colocar o aparelho no local afetado (palma, planta ou axila) uma a duas vezes ao dia por tempo médio de 15 a 30 minutos.
  • Toxina botulínica: excelente método para tratar hiperhidrose axilar, palmar, digital e plantar, porém, transitório. Consiste na aplicação da toxina botulínica nos locais afetados, por meio de injeções. A área a ser tratada é previamente anestesiada. A toxina age bloqueando os estímulos nervosos para as glândulas sudoríparas, impedindo a produção excessiva do suor. A injeção pode ser dolorosa nas regiões palmar, digital e plantar, mas trata-se de uma opção de tratamento segura, efetiva e minimamente invasiva. Os resultados do tratamento com toxina botulínica duram em média seis meses; após esse período, o procedimento deve ser repetido.
  • Cirurgia dos nervos simpáticos (simpatectomia): reservada para casos resistentes a outras formas de tratamento. Consiste no corte de alguns nervos simpáticos para reduzir a atividade das glândulas.
  • Aspiração das glândulas: excelente alternativa cirúrgica para o tratamento da hiperhidrose axilar utilizando o instrumental da lipoaspiração. Nesta técnica,com resultados definitivos, as cânulas são inseridas com os orifícios para a superfície (face interna da pele), com o objetivo de remover as glândulas de suor. As incisões são mínimas e as cicatrizes resultantes tornam-se imperceptíveis com o passar do tempo, e o paciente pode retornar às atividades em três dias. É um procedimento realizado com anestesia local e com desconforto pequeno, sem risco de atingir outros órgãos.
  • Micro-ondas: o método emprega um aparelho à base de radiação eletromagnética (micro-ondas) que atinge as camadas mais profundas da pele, sem prejudicar a superfície. Enquanto “cozinha” as glândulas sudoríparas, o aparelho mantém a porção externa da pele resfriada, o que diminui o inchaço e a vermelhidão nas axilas. O aparelho tem também um sistema que protege a parte superficial da pele, enquanto as micro-ondas agem somente na camada a ser tratada. Usa-se uma ponteira descartável para aplicar o tratamento, que efetua tantos disparos quantos forem necessários. Realizado em ambulatório, com anestesia local, o tratamento pode ser utilizado em todos os fototipos de pele. É mais doloroso que a lipoaspiração axilar, mas tem resultados semelhantes e pós-operatório mais confortável.

Cicatrizes hipertóficas e queloides são processos de cicatrização anormais, provocados por uma resposta cicatricial intensa do organismo a um trauma cutâneo, como cirurgias, infecções e queimaduras. São caracterizados pelo aspecto elevado e duro da cicatriz, que ultrapassa os limites da lesão original. Isto pode trazer incômodo, principalmente quando o problema se manifesta em regiões mais visíveis do corpo e próximo de orifícios naturais, como por exemplo, boca, narinas, olhos e ânus.

Há diversas formas de tratamento para o queloide, que podem ser utilizadas separadamente ou combinadas, com sucesso variável. Embora existam evidências de que a terapêutica combinada de um ou mais métodos seja mais eficiente do que uma só (monoterapia), não há consenso quanto às características da lesão que são responsáveis pela melhor resposta terapêutica.

As opções terapêuticas mais comuns são: remoção cirúrgica, radioterapia local, uso de placas de silicone, injeções de corticosteróides, fitas oclusivas de corticosteroides, betaterapia (radioterapia), terapia fotodinâmica, criocirurgia (congelamento) e laserterapia (aplicação de laser sobre a lesão). A escolha do tratamento dependerá do local e tamanho da cicatriz.

O tratamento das verrugas varia conforme a idade e o tipo de manifestação da doença. Conheça as alternativas mais comuns:

  • Verrugas vulgares: em crianças, podem ser tratadas por meio da aplicação diária de ácido salicílico em baixas concentrações. Aplicação semanal (no consultório) de cantaridina leva à formação de uma bolha sob a verruga. Retira-se então a porção morta da verruga que se encontra no cume da bolha após cerca de uma semana. Em adultos ou crianças mais velhas, a crioterapia (congelamento) é uma das opções de tratamento, sendo pouco dolorosa e praticamente sem risco de cicatrizes. A eletrocirurgia (queima), apesar de mais dolorosa, é outra boa alternativa, pois remove a verruga em uma única sessão.
  • Verrugas plantares: difíceis de tratar, pois se localizam abaixo da superfície da pele. As opções de tratamento incluem aplicação de adesivos contendo ácido salicílico e outras substâncias químicas. Há também opções cirúrgicas: cirurgia a laser, eletrocirurgia ou excisão.
  • Verrugas planas: métodos que promovam a descamação da pele, como a aplicação diária de ácido salicílico ou outros produtos com o mesmo fim são a recomendação habitual.
  • Verrugas genitais: As mais difíceis de tratar. Tratamentos periódicos em consultório utilizando ácidos ou crioterapia podem ser necessários para a eliminação das verrugas visíveis. O dermatologista pode prescrever uma fórmula de podofilina para usar em casa. Mais modernamente foram desenvolvidos medicamentos de uso tópico que têm ação nas verrugas genitais, porém, devido à sua ação irritante, só devem ser utilizados com orientação médica. Quando são persistentes ou em casos de grandes verrugas genitais, o tratamento cirúrgico é a opção. Mulheres portadoras de verrugas genitais têm maior chance de desenvolver câncer de colo do útero. Por isso, todos os adultos com verrugas genitais devem ser submetidos a tratamento.

Atenção: verrugas sempre devem ser diagnosticadas e ter seu tratamento prescrito por um médico. Sprays de nitrogênio líquido e outros produtos livremente disponíveis na farmácia não devem ser utilizados, sob o risco de provocarem queimaduras ou ferimentos, além de dificultarem (ou até mesmo impedirem) o tratamento adequado de problemas cutâneos que podem se assemelhar a verrugas, como melanomas e outros tipos de câncer da pele.

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